Estamos a viver tempos muito difíceis e desafiadores. Não adianta negar isto, nem romantizá-lo. Sim, é difícil ficar fechado em casa, com crianças ou sem elas. Sobretudo para quem já vivia em situações mais frágeis e para todos aqueles que, neste momento, têm a sua sobrevivência em risco, pela insegurança económica que esta crise também gerou.
Fico frustrada quando vejo várias publicações nas redes sociais que falam da quarentena como se fosse só uma questão de aceitar, parar e aproveitar para passar tempo com os filhos e família que vive connosco. Sei que para muitas famílias isto terá um efeito muito perturbador e negativo e também sei que o medo, mesmo depois da situação aguda de doença passar, para muitas pessoas se irá manter por muito tempo, sob a forma de stress pós-traumático ou de qualquer outro tipo de perturbação da ansiedade.
Mas também sei que, neste momento, precisamos de ter esperança e de acreditar que tudo irá correr da melhor forma.
Acontece que, acredito que para correr da melhor forma a primeira coisa que precisamos de fazer é mesmo aceitar que isto tudo está muito longe de ser perfeito. Só assim podemos sair disto com o mínimo de efeitos traumáticos em nós e nos nossos filhos.
Precisamos de aceitar que talvez a escola fique para trás, ou a música ou a ginástica. Que talvez eles vejam mais horas de televisão do que seria desejável, que talvez não tenhamos vontade de fazer todos os dias as refeições nutritivas e completas que desejávamos fazer e que, mesmo passando muito tempo juntos, talvez não tenhamos assim tanta vontade de brincar e de jogar como pensamos que deveríamos ter. Sobretudo nos primeiros dias, em que ainda estamos a adaptar-nos a esta nova realidade e a lidar com o nosso medo.
Quando estamos com medo não é fácil ter vontade de brincar ou de jogar, nem sequer de pensar em que é que haveremos de fazer para o jantar. Porque o medo activa as partes mais primitivas do nosso cérebro que fazem com que nos preocupemos apenas com a sobrevivência. Por isso é natural que sintamos que não muito espaço dentro de nós para mais nada.
Então a primeira coisa a fazer é reconhecer esse medo. E o medo, neste momento, não tem necessariamente que vir da doença. O medo pode vir de não sabermos se continuaremos a ter emprego depois disto, se vamos conseguir pagar as contas no final do mês, de não saber como vamos conseguir trabalhar em casa e cuidar dos nossos filhos ao mesmo tempo, de não saber se somos capazes de estar tanto tempo fechados com eles, de não saber como irá ficar a nossa relação com o nosso companheiro ou companheira depois disto, de não saber como iremos cuidar de pais idosos ou familiares mais frágeis que dependam de nós ou simplesmente de vermos tanto medo à nossa volta.
Quando ficamos em alerta desligamos o cortéx-pré-frontal a parte do cérebro que nos permite, pensar, analisar e avaliar as situações com alguma distância. O medo liga as partes mais primitivas por isso também é muito mais fácil gritar e ficarmos zangados quando estamos com medo, porque o nosso organismo já está em estado de alerta e qualquer coisinha irá servir para acentuar ainda mais esse estado. Quando estamos assim é muito fácil que gestos simples e neutros das pessoas que estão perto de nós nos pareçam ameaçadores ou hostis, porque ficamos programados para sobreviver e detectar ameaças e vemos tudo com esse filtro.
E a verdade é que é muito difícil desligar o medo quando somos bombardeados constantemente com informações sobre a doença e sobre quantos morreram e quantos adoeceram. É muito difícil desligar o medo quando o vemos nos olhos de toda a gente e quando podemos senti-lo no ar em todas as curtas deslocações que fazemos. Mas precisamos de ser capazes de aceitar que é natural estar com medo, estamos a viver algo novo, diferente e a mudança só por si é sempre um foco de tensão. Não faz mal ter medo, apesar de todas as publicações que também já li sobre o facto do medo baixar a nossa imunidade. Na verdade isto não é bem assim, o nosso sistema de alarme é mais complexo do que isso e, sim a resposta de alarme altera o funcionamento do sistema imunitário mas isto faz-se sentir mais a longo prazo. De qualquer maneira não faz mal estarmos com medo desde que saibamos acolhê-lo, aceitá-lo e saber que, neste momento, ele é uma resposta natural a tudo o que se está a passar. O que nos faz mal de verdade é negar e não aceitar as nossas emoções. Quando reconhecemos o medo e o aceitamos, paradoxalmente, ele também diminui porque ao fazer isto activamos o tal cortex pré frontal que nos permite criar um distanciamento mínimo da situação que faz com deixemos de estar tão mergulhados nela.
Também não faz mal mostrar aos nossos filhos que estamos com medo, desde que também saibamos mostrar que somos capazes de lidar com esse medo, que ele não nos controla e que continuamos a ser capazes de os acolher, de cuidar deles e de lhes dar segurança. E sobretudo é importante ajudá-los também a perceber que podem ter medo, que isso não faz mal e é natural. Precisamos de ajudar as crianças a dar um nome ao que sentem mais do que perguntar-lhes o que estão a sentir, sobretudo às mais pequenas. Não adianta muito perguntar a uma criança de quatro ou cinco anos o que está a sentir porque ela não saberá dar-lhe um nome e só ficará ainda mais perdida.
E, nisto do medo, também é importante saber que as crianças não são todas iguais: as mais sensíveis ou reactivas irão senti-lo mais e provavelmente mais cedo. Nas crianças o medo também as torna muito mais explosivas e reactivas e por isso pode dar origem a mais conflitos entre irmãos, por exemplo ou a comportamentos mais agressivos.
Acontece que, acredito que para correr da melhor forma a primeira coisa que precisamos de fazer é mesmo aceitar que isto tudo está muito longe de ser perfeito. Só assim podemos sair disto com o mínimo de efeitos traumáticos em nós e nos nossos filhos.
Precisamos de aceitar que talvez a escola fique para trás, ou a música ou a ginástica. Que talvez eles vejam mais horas de televisão do que seria desejável, que talvez não tenhamos vontade de fazer todos os dias as refeições nutritivas e completas que desejávamos fazer e que, mesmo passando muito tempo juntos, talvez não tenhamos assim tanta vontade de brincar e de jogar como pensamos que deveríamos ter. Sobretudo nos primeiros dias, em que ainda estamos a adaptar-nos a esta nova realidade e a lidar com o nosso medo.
Quando estamos com medo não é fácil ter vontade de brincar ou de jogar, nem sequer de pensar em que é que haveremos de fazer para o jantar. Porque o medo activa as partes mais primitivas do nosso cérebro que fazem com que nos preocupemos apenas com a sobrevivência. Por isso é natural que sintamos que não muito espaço dentro de nós para mais nada.
Então a primeira coisa a fazer é reconhecer esse medo. E o medo, neste momento, não tem necessariamente que vir da doença. O medo pode vir de não sabermos se continuaremos a ter emprego depois disto, se vamos conseguir pagar as contas no final do mês, de não saber como vamos conseguir trabalhar em casa e cuidar dos nossos filhos ao mesmo tempo, de não saber se somos capazes de estar tanto tempo fechados com eles, de não saber como irá ficar a nossa relação com o nosso companheiro ou companheira depois disto, de não saber como iremos cuidar de pais idosos ou familiares mais frágeis que dependam de nós ou simplesmente de vermos tanto medo à nossa volta.
Quando ficamos em alerta desligamos o cortéx-pré-frontal a parte do cérebro que nos permite, pensar, analisar e avaliar as situações com alguma distância. O medo liga as partes mais primitivas por isso também é muito mais fácil gritar e ficarmos zangados quando estamos com medo, porque o nosso organismo já está em estado de alerta e qualquer coisinha irá servir para acentuar ainda mais esse estado. Quando estamos assim é muito fácil que gestos simples e neutros das pessoas que estão perto de nós nos pareçam ameaçadores ou hostis, porque ficamos programados para sobreviver e detectar ameaças e vemos tudo com esse filtro.
E a verdade é que é muito difícil desligar o medo quando somos bombardeados constantemente com informações sobre a doença e sobre quantos morreram e quantos adoeceram. É muito difícil desligar o medo quando o vemos nos olhos de toda a gente e quando podemos senti-lo no ar em todas as curtas deslocações que fazemos. Mas precisamos de ser capazes de aceitar que é natural estar com medo, estamos a viver algo novo, diferente e a mudança só por si é sempre um foco de tensão. Não faz mal ter medo, apesar de todas as publicações que também já li sobre o facto do medo baixar a nossa imunidade. Na verdade isto não é bem assim, o nosso sistema de alarme é mais complexo do que isso e, sim a resposta de alarme altera o funcionamento do sistema imunitário mas isto faz-se sentir mais a longo prazo. De qualquer maneira não faz mal estarmos com medo desde que saibamos acolhê-lo, aceitá-lo e saber que, neste momento, ele é uma resposta natural a tudo o que se está a passar. O que nos faz mal de verdade é negar e não aceitar as nossas emoções. Quando reconhecemos o medo e o aceitamos, paradoxalmente, ele também diminui porque ao fazer isto activamos o tal cortex pré frontal que nos permite criar um distanciamento mínimo da situação que faz com deixemos de estar tão mergulhados nela.
Também não faz mal mostrar aos nossos filhos que estamos com medo, desde que também saibamos mostrar que somos capazes de lidar com esse medo, que ele não nos controla e que continuamos a ser capazes de os acolher, de cuidar deles e de lhes dar segurança. E sobretudo é importante ajudá-los também a perceber que podem ter medo, que isso não faz mal e é natural. Precisamos de ajudar as crianças a dar um nome ao que sentem mais do que perguntar-lhes o que estão a sentir, sobretudo às mais pequenas. Não adianta muito perguntar a uma criança de quatro ou cinco anos o que está a sentir porque ela não saberá dar-lhe um nome e só ficará ainda mais perdida.
E, nisto do medo, também é importante saber que as crianças não são todas iguais: as mais sensíveis ou reactivas irão senti-lo mais e provavelmente mais cedo. Nas crianças o medo também as torna muito mais explosivas e reactivas e por isso pode dar origem a mais conflitos entre irmãos, por exemplo ou a comportamentos mais agressivos.
Uma das coisas que precisamos de fazer, talvez a mais importante é fazê-los sentir que, apesar de tudo, ainda estamos no controlo, por muito que não o sintamos. Podemos sentir que perdermos o controlo das nossas vidas, das nossas rotinas, do nosso trabalho, das nossas finanças, etc, mas precisamos de sentir que ainda somos capazes de manter o controlo com os nossos filhos. Manter o controlo não quer dizer que nunca gritamos ou que sabemos sempre exactamente o que fazer ou que eles nos obedecem o tempo todo. Manter o controlo neste caso significa que ainda somos capazes de os ajudar a lidar com o que sentem e ainda somos capazes de ser a sua base segura.
As crianças precisam de se sentir seguras e essa segurança não vem das notícias, não vem das estatísticas, nem da esperança de que haja uma vacina em breve. A segurança das crianças vem de sentirem que os pais são capazes de as proteger. E é isso que temos de as fazer sentir. Não precisamos de mentir, nem de fingir. Só temos de nos lembrar que temos recursos em nós para as proteger de verdade. Esta doença, nesse aspecto, não é diferente de todos os outros perigos que os nossos filhos enfrentam diariamente: não podemos impedi-los de cair e partir a cabeça, nem de apanhar outras doenças, nem sequer de se magoarem a sério um dia. Tudo o que podemos fazer é dar-lhes um colo seguro para chorar quando isto acontecer. E isto continuamos a poder fazer: podemos dar-lhes esse colo para chorarem com saudades dos amigos quando elas apertarem mais, com saudades das brincadeiras, da escola, das corridas, podemos dar-lhes esse colo quando se sentirem com medo de tudo o que está a acontecer. Na verdade as crianças têm uma probabilidade muito reduzida de ter complicações com esta doença, dizem-nos as estatísticas, mas o medo não quer saber de estatísticas porque o medo não é nada racional. E a melhor forma de lidar com o medo, neste caso, também passa pelas lágrimas. As lágrimas por tudo o que pensamos que poderá estar perdido da nossa vida anterior, as lágrimas por tudo aquilo de que sentimos saudades, as lágrimas por tudo aquilo de que estamos a abdicar. Quando choramos o nosso sistema de alerta acaba por se desligar, por isso é tão importante dar espaço para as crianças chorarem, dar-lhes um colo seguro e acolhedor para o fazerem. Porque as lágrimas desligam o nosso sistema nervoso simpático, permitem-nos adaptar à nova realidade e fazer a despedida daquela que já passou.
As crianças precisam de se sentir seguras e essa segurança não vem das notícias, não vem das estatísticas, nem da esperança de que haja uma vacina em breve. A segurança das crianças vem de sentirem que os pais são capazes de as proteger. E é isso que temos de as fazer sentir. Não precisamos de mentir, nem de fingir. Só temos de nos lembrar que temos recursos em nós para as proteger de verdade. Esta doença, nesse aspecto, não é diferente de todos os outros perigos que os nossos filhos enfrentam diariamente: não podemos impedi-los de cair e partir a cabeça, nem de apanhar outras doenças, nem sequer de se magoarem a sério um dia. Tudo o que podemos fazer é dar-lhes um colo seguro para chorar quando isto acontecer. E isto continuamos a poder fazer: podemos dar-lhes esse colo para chorarem com saudades dos amigos quando elas apertarem mais, com saudades das brincadeiras, da escola, das corridas, podemos dar-lhes esse colo quando se sentirem com medo de tudo o que está a acontecer. Na verdade as crianças têm uma probabilidade muito reduzida de ter complicações com esta doença, dizem-nos as estatísticas, mas o medo não quer saber de estatísticas porque o medo não é nada racional. E a melhor forma de lidar com o medo, neste caso, também passa pelas lágrimas. As lágrimas por tudo o que pensamos que poderá estar perdido da nossa vida anterior, as lágrimas por tudo aquilo de que sentimos saudades, as lágrimas por tudo aquilo de que estamos a abdicar. Quando choramos o nosso sistema de alerta acaba por se desligar, por isso é tão importante dar espaço para as crianças chorarem, dar-lhes um colo seguro e acolhedor para o fazerem. Porque as lágrimas desligam o nosso sistema nervoso simpático, permitem-nos adaptar à nova realidade e fazer a despedida daquela que já passou.
Dar segurança às crianças não passa obrigatoriamente por dar respostas. Têm circulado muitos vídeos sobre como explicar o corona às crianças mas o mais importante não é elas compreenderem exactamente o que está a acontecer, é confiarem nos pais. O mais importante é sentir que terão sempre esse colo e que o nosso medo não nos impede de falar com elas, de ver o medo delas e de perceber como podemos ajudá-las a encontrar as suas lágrimas e a ficar mais tranquilas.
Tenho visto também muitas publicações a falar da importância de manter uma rotina. Para algumas crianças e adultos isto pode ser importante realmente. E tenho visto muitas pessoas preocupadas com essa rotina. Mas uma rotina não é algo que precisamos de criar desde o primeiro dia, podemos ir criando essa rotina aos poucos, sem stress e sem pressão e adaptando-nos a esta nova realidade. Essa rotina não tem que ser uma reprodução dos horários e tarefas daquilo que fazíamos antes disto acontecer.
Tenho visto também muitas publicações a falar da importância de manter uma rotina. Para algumas crianças e adultos isto pode ser importante realmente. E tenho visto muitas pessoas preocupadas com essa rotina. Mas uma rotina não é algo que precisamos de criar desde o primeiro dia, podemos ir criando essa rotina aos poucos, sem stress e sem pressão e adaptando-nos a esta nova realidade. Essa rotina não tem que ser uma reprodução dos horários e tarefas daquilo que fazíamos antes disto acontecer.
Sinceramente, não acho que a escola precise de ser uma prioridade nestes momentos. Se as crianças gostarem de estudar e isso as ajudar a passar o tempo, óptimo. Mas não precisamos de transformar isto numa prioridade. Temos de nos lembrar que não somos, nem precisamos de ser, professores dos nossos filhos. E se manter as actividades escolares for para nós mais uma fonte de pressão e de tensão e, sobretudo, se ela estiver a por em causa a nossa relação com os filhos por falta de paciência ou de disponibilidade para os ajudarmos, então, aqui é mesmo importante lembrar que ela não precisa de ser prioridade agora. Esta é uma altura excepcional, por isso podemos vivê-la com muitas excepções também.
Depois também temos de nos lembrar que as actividades online podem ser uma boa ajuda neste momento mas não podem tornar-se o nosso único recurso. E não substituem as outras. Estamos programados para estar com as pessoas, temos uma capacidade chamada neurocepção que nos faz avaliar constantemente o ambiente à nossa volta e também dentro de nós em busca de pistas de segurança. Para isso, uma das coisas que fazemos inconscientemente, é avaliar toda a comunicação não verbal das outras pessoas: o tom de voz, o ritmo do discurso, as expressões, os gestos. Uma zona do corpo que envia muitos sinais são os olhos, sobretudo os músculos pequeninos à volta dos olhos, os chamados pés de galinha, que mostram se estamos realmente relaxados ou não e estamos a ouvir de verdade outra pessoa. Por exemplo, quando estamos a ouvir atentamente alguém há uma tendência universal para levantar um pouco as sobrancelhas, o que, por sua vez, faz com os músculos do ouvido médio se contraiam o que permite que sejamos capazes de extrair melhor a voz humana no meio de outros ruídos. Quando olhamos para alguém que amamos as nossas pupilas dilatam-se e os bebés já reagem a esta dilatação nos olhos das mães. E tudo isto são coisas muito mais difíceis de fazer online, por isso uma video-chamada, apesar de ser melhor que o telefone simplesmente, não tem o mesmo efeito securizante que o contacto real.
Muitas discussões e mal entendidos entre casais, por exemplo, acontecem no carro, porquê? Porque nestes casos não conseguimos olhar nos olhos um do outro, o que nos põe muito mais facilmente num estado defensivo. Então isto mostra como é importante o contacto visual e como precisamos de contacto real, para nos regularmos. Claro que, quando somos adultos maduros, aprendemos a criar estratégias diferentes de auto-regulação que não dependem tanto dos outros. Mas, a verdade, é que a nossa principal estratégia de sobrevivência enquanto espécie é mesmo a co-regulação e para isto o contacto e a presença física são fundamentais. Por isso é natural que nos sintamos aflitos e em pânico num período de isolamento social. Precisamos de reconhecer isso e fazer as pazes com esta realidade mais do que tentar negá-la criando a ilusão de que podemos usar as relações virtuais para substituir as reais. Se vivemos numa relação conjugal é bom termos noção de que essa pessoa será a nossa principal figura de apego e é através dela que podemos muito mais facilmente co-regular as nossas emoções e é bom que os casais saibam e sintam que, neste momento, é perfeitamente natural que se sintam a precisar muito mais um do outro e que, também por isto, é natural que se sintam também muito mais reactivos e sensíveis a tudo o que a outra pessoa fizer ou disser.
As crianças, sobretudo as mais pequenas ainda não tiveram tempo para desenvolver estratégias de auto-regulação. Por isso precisam mesmo de nós para o fazer, por isso também, é natural que, neste momento pareçam muito mais carentes e necessitadas da nossa atenção e presença e isso não tem nada de errado.
Então para passarmos por isto da melhor forma possível precisamos de saber que o isolamento não tem nada de natural para o ser humano e que não faz mal termos medo, ficarmos assustados e não sabermos como lidar com isto. Precisamos também de saber que não faz mal termos um pouco menos de paciência com os nossos filhos, desde que também sejamos capazes de lhes explicar e mostrar que estamos um pouco tensos mas que somos capazes de os proteger, cuidar e manter seguros. As crianças não precisam de pais perfeitos mas precisam de acreditar que os seus o são. E, para isso, neste caso, temos mesmo de saber que não há fórmulas nem segredos e precisamos apenas de fazer aquilo que sentimos que nos dá mais força para continuar a viver da melhor forma e a cuidar dos nossos filhos. Precisamos também de saber que mais do brincar com amigos, estudar ou fazer conferências online, os nossos filhos precisam de nós e, enquanto estiverem connosco, uma boa parte do seu mundo está mesmo no sítio certo. Enquanto forem capazes de encontrar um caminho para o nosso colo e o brilho nos nossos olhos apenas porque entraram na sala também serão capazes de passar por tudo isto da forma mais serena e tranquila possível.
As crianças, sobretudo as mais pequenas ainda não tiveram tempo para desenvolver estratégias de auto-regulação. Por isso precisam mesmo de nós para o fazer, por isso também, é natural que, neste momento pareçam muito mais carentes e necessitadas da nossa atenção e presença e isso não tem nada de errado.
Então para passarmos por isto da melhor forma possível precisamos de saber que o isolamento não tem nada de natural para o ser humano e que não faz mal termos medo, ficarmos assustados e não sabermos como lidar com isto. Precisamos também de saber que não faz mal termos um pouco menos de paciência com os nossos filhos, desde que também sejamos capazes de lhes explicar e mostrar que estamos um pouco tensos mas que somos capazes de os proteger, cuidar e manter seguros. As crianças não precisam de pais perfeitos mas precisam de acreditar que os seus o são. E, para isso, neste caso, temos mesmo de saber que não há fórmulas nem segredos e precisamos apenas de fazer aquilo que sentimos que nos dá mais força para continuar a viver da melhor forma e a cuidar dos nossos filhos. Precisamos também de saber que mais do brincar com amigos, estudar ou fazer conferências online, os nossos filhos precisam de nós e, enquanto estiverem connosco, uma boa parte do seu mundo está mesmo no sítio certo. Enquanto forem capazes de encontrar um caminho para o nosso colo e o brilho nos nossos olhos apenas porque entraram na sala também serão capazes de passar por tudo isto da forma mais serena e tranquila possível.
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